Direção da Prodemge fez teatro sobre negociação, mas já tinha tomado decisão pelo aumento de 37,6%

Na manhã de quinta-feira, 22 de fevereiro, a direção da Prodemge aceitou a proposta de reunião apresentada pelo Sindados-MG com as entidades representativas dos trabalhadores ativos e aposentados da empresa para discutir o percentual de aumento do plano de saúde. As entidades foram para a reunião com a esperança de que havia intenção mútua de se chegar à melhor solução para o beneficiário/trabalhador da Prodemge.

O que se viu, entretanto, foi um teatro. Um festival de contradições e evasivas para, no final, a direção da Prodemge comunicar uma decisão que já estava tomada: o aumento será de 37,63%. Foi uma humilhação e um balde de água fria para todos que esperavam uma negociação em alto nível, com números e projeções. 

Entre 19%, 29% e 37%, a direção da Prodemge escolheu o maior percentual

Da parte das entidades representativas (Coletivo De Olho na Libertas, Sindados-MG e Após-Prodemge), foram apresentadas alternativas de gestão que poderiam elevar o plano de saúde pelo percentual mínimo. Para cada obstáculo apresentado pela direção da Prodemge, apresentou-se uma alternativa. Todas foram rejeitadas pela direção da Prodemge.

1 - Aporte da Prodemge

A primeira delas seria a Prodemge assumir, sozinha, a recomposição do fundo emergencial (equivalente a três vezes o valor mensal gasto com plano), que está deficitário devido a demandas judiciais. Neste caso, o aumento seria de 19% (total) ou 29%, caso a Prodemge assumisse a maior parte do déficit.

Os representantes das entidades representativas demonstraram que não existe impedimento jurídico para tal. A direção da Prodemge não aceitou alegando que o contrato de adesão com a Libertas deixa um "limbo" jurídico, já que não cita a possibilidade de se assumir sozinha essas despesas.

Que fique claro que não cita, mas não impede. Portanto, não há "limbo" jurídico, somente má vontade de tomar uma decisão a favor dos beneficiários.

2 - Abono extraordinário

As entidades propuseram que se desse um abono salarial extraordinário por meio do Acordo Coletivo, uma vez que ele não foi assinado até hoje. Ou seja, os próprios trabalhadores, teoricamente, pagariam o aumento do plano e não geraria nenhum problema jurídico alegado pela direção da Prodemge.

Não aceitaram.

3 - Alterar o contrato de adesão

Em seguida, foi proposto que se alterasse o contrato de adesão por meio de aditivo. Uma medida simples e rápida e que resolveria o problema.

Não aceitaram, alegando que levaria muito tempo para sua aprovação.

4 - Aumento menor para ganhar tempo

Propôs-se, então, que se desse um aumento de 19% agora, observando o reajuste necessário para não inviabilizar o plano e, assim, ganharia-se tempo para que a direção da Prodemge e as entidades representativas pudessem encontrar novas alternativas para recompor o fundo emergencial.

Acha que aceitaram? Claro que não.

Disseram que o máximo que podem fazer é, nos próximos meses, discutir essas mudanças no contrato de adesão para problemas futuros. No momento, optariam por aumentar e jogar nas costas do trabalhador um aumento de 37,6%. 

Assembleia e mobilizações

O Sindados-MG fará nesta sexta-feira, 23 de fevereiro, uma Assembleia Geral para discutir o aumento do plano de saúde e o Acordo Coletivo. O sindicato já indicou que planeja mobilizações e não descarta uma greve.

A direção da Prodemge fez a sua escolha. Façamos a nossa.

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